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segunda-feira, 7 de março de 2016

Água de açude pode explicar tremores no sertão cearense

Dois tremores seguidos foram sentidos nos municípios de Solonópole e Jaguaribe, a cerca de 300 quilômetros de Fortaleza. Os sismos ocorreram na tarde de domingo (6). O primeiro foi registrado às 17h08 e teve magnitude 3.1 na escala Richter. O segundo, às 17h29, foi de magnitude 3.4. As informações são do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN). A atividade também foi registrada pelo Centro Sismológico da Universidade de São Paulo (USP).
Vista geral do canal de transposição do Açude Castanhão, no Ceará (Divulgação/Ministério da Integração Nacional)
Vista geral do canal de transposição do Açude Castanhão, no Ceará. Divulgação/Ministério da Integração Nacional
Segundo o técnico do LabSis Eduardo Menezes, os tremores atingiram um raio de 50 quilômetros entre as duas cidades. Os efeitos dos sismos foram sentidos em sete localidades: Nova Olinda, Alto Verde, Bom Jardim e Maretas, em Solonópole, e Nova Floresta, Feiticeiro e Palha, em Jaguaribe.
O chefe do Núcleo de Sismologia da Defesa Civil do Ceará, Francisco das Chagas Brandão Melo, contou que a magnitude dos tremores causou susto nos moradores das localidades. Em Alto Verde, algumas casas tiveram rachaduras. Uma equipe da Defesa Civil viaja amanhã (8) para os municípios para conversar com os moradores sobre as ocorrências. “Parecia um trovão, foi um estrondo. Estremeceu o chão e a casa, as telhas rangiam”, disse o agricultor Francisco das Chagas, 66, morador de Bom Jardim.
Brandão disse que sismos como esses não são raros nessa área do sertão cearense. Embora ainda não haja explicação para os tremores em Solonópole e Jaguaribe, alguns eventos podem ser explicados pela chamada sismicidade induzida, relacionada a alguma grande intervenção humana. Na região dos municípios, fica o açude Castanhão, construído entre 1995 e 2003 e considerado o maior açude público de múltiplos usos do Brasil.
“A água do açude entranhou na terra, passou pelas falhas geológicas, e pode estar atuando como um lubrificante entre as rochas. Isso acaba gerando tremores de terra induzidos”. A capacidade total do Castanhão é de 6,7 bilhões de metros cúbicos.
De acordo com Menezes, do LabSis, não houve novos tremores nas localidades após os dois registrados ontem.
Edição: Maria Claudia da agenciabrasil.ebc.com.br 
Edwirges Nogueira – Repórter da Agência Brasil

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